quarta-feira, abril 13, 2011

Beijos


Beijos


S. Holtz

Beijos de amor,
beijos sem pudor,
beijos com o toque da flor,
desejo te beijar... seja como for,
beijos esperados que aliviam a dor,
para os dias quentes, beijos com frescor,
quando chegar o inverno, beijos com calor,
para adoçar a boca, beijos com sabor,
suaves beijos tiram todo o amargor,
para a paixão, beijos com furor,
meus beijos ao teu dispor
e eu, perdido de amor.

S. Holtz

Um beijo

Imagem Gustav Klimt - "O beijo"

Um beijo

odeteronchibaltazar

O que faltava naquele beijo?
Tinha a cor das manhãs,
o cheiro do café coado na hora
e a maciez das cobertas em dia de frio.
Era um beijo com jeito de roubado,
presente em papel de seda embrulhado
e muito laço de fita.
Um beijo com gosto de dia de folga,
sabor de batata frita.
Mais que um beijo,
era a satisfação do desejo.
Era mais que um toque de lábios e línguas,
ou troca de sumos e sucos, afinal.
Era a penetração de almas em gozo.
Era puro êxtase,
tesouro precioso...
Só faltava ser real.

sexta-feira, abril 01, 2011

Esquecimentos diários


Esquecimentos diários

odeteronchibaltazar

Não sei o que anda acontecendo. Ando distraída com os amigos. Até os mais chegados andam envoltos em uma nuvem de esquecimento. Esqueço aniversários, encontros, nomes, gostos. Esqueço do que meu amigo sofre. Esqueço que ele está passando por algum momento difícil ou que tem feito uma conquista ou que seu filho se formou, casou, noivou, namorou, engravidou, surtou.

Coisas importantes ou de somenos valor são esquecidas. Não porque não os ame, mas porque tudo anda tão rápido nesses dias que ando sem tempo de me deter em cada detalhe. As coisas me fogem.
Será que é a idade?

Lembro do tempo em que eu tinha agendado aniversário de tanta gente! Eram amigos, parentes, conhecidos, empregados, vizinhos... Hoje a agenda se perdeu e eu nem me dou conta dos parabéns a não ser quando vejo outras pessoas cumprimentarem o aniversariante.
Digo a mim mesma que vou voltar a fazer uma agenda no capricho, mas qual! Esqueço disso também!

Essa coisa de esquecimento está ficando engraçada aqui em casa. Meu marido está pior que eu. Ele que nunca precisou anotar um compromisso que fosse, que sempre guardou tudo "de cabeça", vive me requisitando pra "não deixá-lo esquecer" de fazer isto ou aquilo, de ir neste ou naquele médico, de telefonar pra Beltrano ou Cicrano. Logo eu que tenho tanta coisa pra lembrar? Vivo com bilhetes pendurados, anotações em folhas dispersas em todo lugar em letras garrafais pra chamar a atenção. E vivo conferindo seguidamente as datas das consultas marcadas para não deixar passar as datas.

Os dias de hoje estão corridos demais, estou chegando a esta conclusão. E a memória da gente está ficando pequena para tanta informação. Assim como se pode acrescentar memória nos computadores, seria de bom tamanho se pudéssemos acrescentar mais memória em nossa cabeça... Hummmmmm iria ser interessante e prático. De cara, eu pegaria uns gigas a mais pra conseguir abarcar tudo o que quero ter em mente sem esquecer.

Não quero esquecer de responder os e-mails, ou às cartas que ainda recebo. Não quero esquecer de retornar os telefonemas, ou de retribuir os presentes que recebi. Não quero deixar de dar um carinho aos meus amigos só porque minha cabeça anda avoada.

Mas enquanto tudo depender só de mim e de um fortificante (ah, também ando esquecendo das palavras!), vou esquecer coisas e mais coisas. Minha cabeça é pequena demais para guardar tanta "coisa". Enquanto isso, vou de bilhetinhos na geladeira, ou ao lado do PC, ou no mural, ou nos espelhos... Enfim, tem recadinhos afixados em tudo quanto é espaço disponível.

- E estou lendo aqui, em um desses bilhetinhos, que tenho... tinha... que enviar essa crônica ainda ontem! Poxa! Esqueci de olhar o bilhete! De que adianta fazer recadinhos se nem os leio? Eita, cabeçuda! Não adianta! A idade me pegou de jeito!

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