Tão só!
odete ronchi baltazar
odete ronchi baltazar
Era como se estivesse
só.
Ele, entretido com seus
pensamentos, não percebia mais sua presença.
Ela já se acostumara a ficar sozinha a
dois.
Tão pouco falava que foi perdendo
as palavras, secando as frases, apagando os verbos.
Agora, sentada em frente à tv,
rumina sonhos que, bem sabe, nunca haverão de ser.
Com esforço se levanta do sofá
rasgado e vai para a cozinha.
Arrasta os velhos chinelos,
senta-se na cadeira carcomida pelo tempo e, mais uma vez, só, serve-se da comida fria mastigando a
solidão.
Um comentário:
Fantástico Odete! Seus versos são maravilhosos! Vou colocar no Jornal Diz Persivo, se me permite. Ganhou um fã! Silvio Persivo
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