sábado, setembro 01, 2012


 


(Re)part(ir)

odeteronchibaltazar

Tantas coisas já dividimos, veja só:
a dor da solidão, a ansiedade da espera, o choro da saudade...
Repartimos a ausência, a indiferença...
Fizemos os dias mais leves, em intimidades vividos.
Somamos o ar que respiramos às alegrias, às palavras,
e ao verbo que se fez poema um dia.
Acrescentamos sonhos em cada gesto, amamos com delicadeza e ternura.
Tanto tivemos pra contar, tanto a tecer considerações!
Tantos risos enfeitaram as manhãs e as noites que nem sol, nem estrelas se podiam comparar.
Quantos segredos espalhamos pelas tardes!
Brevidades...
Tão pouco desfrutamos deste amar...
Agora, seguimos em diferentes direções sem falar se há choro ou riso, se há paz, se há barulhos ou sinfonia.
Fechamo-nos em chaves, trancas e tramelas.
Não há mais espaço para a poesia.
Vidas, em monótona realidade, sem ter lugar pra fantasia.

odeteronchibaltazar

quarta-feira, agosto 08, 2012


 


Vias do tempo

odete ronchi baltazar

Esse tempo que deixei escorrer entre meus dedos,
não retorna mais,
assim como
meus amores perdidos,
na linha da vida.
Nas mãos,
o destino traçado,
infalivelmente,
se cumprirá.
E eu,
incapaz de deter as rugas e sulcos
que marcam meu corpo,
bebo os dias um a um,
passo a passo.
Pressa?
Para quê?
Meu dia, um dia, chegará...

segunda-feira, março 26, 2012

Menina-poesia

 
Menina-poesia
 
odeteronchibaltazar
 
Quando fui menina
falava com estrelas
e escrevia versos
num céu cheio de fantasia...
Não sabia ainda minha sina,
mas já tinha nas mãos inquietas
a inseparável poesia.

 
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