sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Tinha um buraco na cerca










odeteronchibaltazar

Não se dava importância ao fato do buraco estar naquele lugar...
Por lá era fácil de passar para o terreno do vizinho para brincar. E nem precisava consertar a cerca. Não havia ladrões naquele tempo tão antigo da minha infância.
Só o bicho-papão, mas bicho-papão não entra por buracos da cerca. Ele simplesmente aparece quando quer. Magicamente. Ou seria melhor dizer... sinistramente?
Mas eu estava falando daquele buraco na cerca da minha infância onde conseguíamos passar para o outro lado, onde as brincadeiras eram mágicas. Não precisávamos fazer-de-conta. Lá do outro lado era real. E as brincadeiras eram verdadeiras aventuras que duravam um dia inteiro e se prolongavam pelos sonhos risonhos em fronhas brancas como a inocência que queríamos perpetuar.
Todos os dias, passávamos para o outro lado e quando retornávamos estávamos mais experientes e ricos um tantão assim.
E de passar todos os dias pelo buraco na cerca, crescemos.
A mágica não existe mais.
Conservo o medo do bicho-papão. Mas quem não tem?
odeteronchibaltazar

8 comentários:

Anônimo disse...

Delíciaaaaa....
Você me fez voltar quando brincava no quintal enorrrrme com meus primos...(será que era grande mesmo? ou eu era tão pequenininha ?) ... mas, enfim, não importa...as memórias de infância com buraco na cerca, catar goiaba e sair correndo era booom demais!... melhor que vencer uma etapa de um jogo de aventuras...
bjusssssssssssss,
Mitie

Anônimo disse...

Ai, Detinn, que coisa bem boa que era aquele 'outro lado', não é mesmo? Nada de imaginação, tudo real e gostoso. As frutas, as brincadeiras e até mesmo os sonhos.
Hoje, precisamos fazer-de-conta que somos pequeninos, que voltamos à infância pra poder vibrar pelo menos parecido com o que acontecia tão facilmente, que para a gente, naquele tempo, se achava que nunca iria acabar.
Só o bicho-papão é que seguiu a gente até aqui,né?
Então, vamos fazer-de-conta que ele não veio, tá?
(acredita que iniciei uma crônica, ontem, exatamente intitulda Faz-de-conta?).
bjos grandes, ou melhor, faz-de-conta que são bem melados de pirulito, vindos de uma boca de criança.

Manoel Virgílio disse...

Oiii Odete Tudo bem? Buracos na cerca fazem parte das nossas fugas , das nossa ilusões.Não será a poesia um buraco na cerca por onde escoamos nossas fantasias? É por este buraco que eu fujo da realidade, vôa em sonhos ao etéreo rumo às estrelas, escapo deste planeta, viajando na cauda de um cometa! Esta é uma figura que repito em meus versos. Assim, vejo-me livre, no espaço a procura de minh'alma gêmea que , sei, não a encontrarei jamais. Beijos do amigo Virgílio

Anônimo disse...

Que gostosura ler essas crônicas da tua infância, querida amiga! Não enjôo nunca e me encontro nestas travessuars de meninice. As tuas, são de descendentes de italianos e as minhas, de alemães.
Quem me dera colocar em palavras esses relatos tão doces ... mas não me queixo, pois quando te leio é sempre um aguaceiro que passa pela minha alma e a deixa levinha, levinha!
Parabéns!!!!!!!!
Um grande abraço,
Karin
..................................

Anônimo disse...

Hummmmmmmmm
Estou sentindo o cheirinho da terra depois da chuva gostosa. E também o vento trazendo o perfume das frutas desafiadoramente gostosas! Pois eram aquelas que estavam nos galhos mais altos e difíceis que nos atraiam! E tudo acontecia do outro lado do buraco da cerca. É, Odete, como vc disse: Passando pelo buraco da cerca, crescemos.E graças ao buraco da cerca, sabemos, hoje, perseguir os desafios da vida, e os alcançamos, na maioria das vezes: tal qual, as frutas mais desafiadoras! E essas conquistas, são as mais doces e mais gostosas...Coisa boa entrar, com vc, pelo buraco da cerca da infãncia e redescobrir a magia que ainda permeia a nossa vida...
Montões de bjs com o perfume das flores silvestres,
Su

Sergio Alberto Stefani Holtz disse...

Sempre é maravilhoso recordar os velhos e bons tempos da infância. Tudo era mágico e inocente, sim.
O bicho-papão é mais antigo que a tosse, ele deve ser a mistura entre o jeitinho de manter a meninada sob controle e a tendência de preservação... era preciso estar por perto e vivo.
Era uma época em que o ontem se juntava com o hoje e também com o amanhã, não havia divisão do tempo... o sol se punha e a lua surgia, eram os sinais de mais um dia. Os dias passavam no buraco da cerca.
Muito bom ler os teus escritos, eles me fazem perder a noção do tempo.
Bejos,
Sergio.

SonharColorido disse...

Odete minha querida...tenho que confessar..até hoje sinto medo do bicho papão..rs*

Lindo seu texto ...de verdade!!!

Anônimo disse...

Volto no tempo e na magia da infancia toda vez que leio seus escritos e suas recordações.Quem nunca passou e passa ainda pro outro lado pra sonhar. Parabéns amiguinha virtual..vc fala tdo aquilo que esta dentro de mim. Com grande diferença..eu não sei colocar no papel, porisso adoro ler vc. Bjo

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