Escondo meus beijos
em poemas inventados
na tarde solitária.
Beijoss que nunca
serão dados,
beijos da minha fome
e por mim mesma alimentados.
Traço teu nome
em laços e fitas
e dou um nó.
Guardo-o em minhas mãos,
pego um tantinho de fé
ajoelho e peço em oração
para que eu não seja tão só.
Vê bem, presta atenção:
Esta é a última fantasia
e a decisão não é arbitrária.
Não é capricho meu,
nem minha invenção.
É a mais pura verdade:
eu quero os beijos
(os teus),
aqueles que nunca me foram dados.