quinta-feira, maio 25, 2006





LANÇAMENTO
"Só Poesia"
de Odete Ronchi Baltazar






(...) Falar sobre suas poesias é falar da menina que nasce todos os dias no mundo virtual, da mulher que conseguiu ser livre, lúcida e lírica, sem perder a alegria que contagia a todos nós. Ela soube construir um viver feminino justo, sem precisar ser feminista de brigada, sem queimar sutiã, mas fazendo valer com inteligência, cada renda nele aplicada. Ela, generosa e feliz, salpica nosso cotidiano com apliques de ternura!
Odete tem um olhar diferente para cada momento, olhar que só quem nasce poeta consegue deslumbrar. E é dentro deste estado de enlevo que ela traçou seu roteiro de vida que se confunde com sua escrita. Sua melancolia é adolescente, sua euforia é elegante sem no entanto cair no comum. No carnaval do lirismo vai do bloco dos sujos ao baile a rigor sem deixar cair a peteca. Ora é cachaça, ora é champanhe. Sua inspiração é como nossa raça. Dá à luz poemas mestiços que chegam imprevisíveis, sorridentes, chorosos, frágeis, vigorosos, mas sempre vibrantes. Brindes a cada momento da existência. (...)

Rosa Pena - Janeiro de 2006

Editora AVBL

Título: Só Poesia
Autora: Odete Ronchi Baltazar
Contracapa: Maria da Graça Ferraz
Mensagens Orelha: Cissa de Oliveira; Silvane Saboia
Cláudia Villela de Andrade; Belvedere Bruno
Apresentação: Maria Inês Simões
Prefácio: Rosa Pena
ISBN: 85-98219-06-1
Páginas: 150
Tamanho: 15X 21 cm
Editora: AVBL
Valor: R$25,00

Vendas através do email
odete@odetepoesias.com.br
www.odetepoesias.com.br

Odete Ronchi Baltazar é formada em Literatura Brasileira.
Mora em Florianópolis SC e participa de grupos de discussão na internet.
Tem várias participações em Antologias e este é o primeiro livro solo.

quinta-feira, maio 18, 2006

Tentativas










tentAtiva

odeteronchibaltazar

Tentei de tudo:
desde valium a vodka,
meditação, tai chi...
mas não adiantou:
estou,
de novo,
aqui,
como uma Perestroika
que não deu certo,
com esse amor sempre incerto,
página-rascunho,
feita a lápis,
maneira fácil,
de apagar...
De novo,
aqui por perto,
com bilhete escrito
de próprio punho,
prova viva
desse insano ato
de te amar.

odeteronchibaltazar

*************

TentAtiva II

odeteronchibaltazar

Tentei não dizer da espera,
marcada em dia de festa
para o meu coração disparar.
Tentei disfarçar os olhos de fera,
atiçados em seu esconderijo.
Tentei não mostrar o peito
em morte,
ferido,
hirto.
Tentei...
Juro que cem vezes cem tentei.
Dez mil vezes não consegui.

odeteronchibaltazar

segunda-feira, maio 15, 2006

Dos ventos












Caminho dos ventos

odeteronchibaltazar

A saudade,
teu presente em meus dias,
desta vez
veio embrulhada
em laços de solidão.
E me perdi em nós,
atados aos meus braços vazios...
O que fazer dos meus versos
que vadios,
esperam por teu amar?
O que fazer se não apaguei teus rastros
em meus poemas
que agora escrevem minhas dores
junto ao teu nome neste céu azul?
Escreverei em brisas do norte que levarão
aos teus ouvidos as minhas canções
e deixarão, em mim,
o teu olhar,
ao retornarem a mim,
com teu doce vento sul.

odeteronchibaltazar

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Vento sul

odeteronchibaltazar

Este vento
com cheiro de ausências
invade meus versos,
bate em minha boca
e arrasta pelas noites
o roçar de teus lábios.
Este vento,
que se enovela
pelas ruas desertas,
canta triste pelas frestas
e penetra
na solidão dos meus dias.
Este vento ciumento
diz-me coisas de tua vida,
mexe com minha saudade,
estende minha dor,
prolonga minha agonia.

odeteronchibaltazar

sexta-feira, maio 12, 2006

Dia das Mães












Para minha mãe Emília, com carinho

odeteronchibaltazar

Minha mãe é aquela que me ensinou
a amar a vida,
a ter carinho para dar,
ensinou-me
a ser mulher.
Minha mãe é aquela que cozinha
ternuras com polenta,
e lava o cansaço
em lágrimas
que tenta esconder.
Minha mãe é aquela
que fala com o gato,
como se meu irmãos fosse,
e dá à nossa casa
o ar da manhã doce.
Minha mãe é poesia
desde o nascer do sol,
até terminar seu dia...
E eu sou o que sou
porque minha mãe,
com carinho,
ou com boas palmadas,
assim me ensinou.

odeteronchibaltazar

quinta-feira, maio 11, 2006













Nó bem dado

odeteronchibaltazar

A lembrança era daquelas que estavam nos porões, guardadas em caixas de papelão, dentro de envelopes sem nome, dobradas tantas vezes que ao se abrirem os sulcos das dobras atrapalhavam a leitura.
Mesmo assim, lá estava! Decifrável e doída.
Por que tinha de descobri-la logo hoje que amanhecera em sol glorioso, pronta para cantares debaixo de chuveiro e cafés na varanda? Logo hoje que se enfeitara em vestidos rodados prontos para dança com pés descalços?
Agora sabia que o resto do dia seria assim, sem nexo, nostálgico porque de lembranças pintado, apenas um prolongamento de agonias e suspiros entremeados com boca seca.
Apenas mais um dia em que seria impossível viver do presente. Mais um dia em que seria impossível desfazer o nó da garganta...

odeteronchibaltazar

quarta-feira, maio 10, 2006











Ausências

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A saudade esteve sempre presente como segunda pele e lhe amortizava o choro e a dor da ausência.
Não foi à toa que começou a sentir menos frio, embora o vento continuasse a cortar-lhe as palavras.
Enquanto a saudade aquecia, inventava canções de ninar que cantava bem baixinho em noites em que as estrelas sumiam e estava só... Tão só que ela sentia a sombra da solidão a lhe rodear nos escuros das rezas. E no reflexo dos espelhos, ela estava lá, acompanhando-a em cada mirada, a cada piscar...
Não soube quando foi que ela sumiu. Um dia, deu-se conta que estava só. Mais só que nunca . A saudade se fora. Esquecera das lembranças e o frio voltou a lhe inquietar.

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